Meninos de cristais
Vinde e quatro de dezembro de mil oitocentos e cinqüenta
Belém, belém, belém o doce canto desperta o menino que dormia na calçada.
O sol brilha e já é de manhã ele vai ate a capela onde canta o coral de crianças, olha de longe, escondido lá na porta de vergonha pos esta descalço e mau vestido.
Clarice ao velo para o ensaio se aproxima e pergunta:
Quem é você? O menino meio tímido responde:
Miguel! Você tem um nome bonito e olhos também!
Miguel sorri olhando para o chão.
Porque todos estão tão felizes hoje?
Hoje é natal! O menino se mostra indiferente como se não soubesse o que é o natal.
Ela pega um livro e da para o menino que o folheia de cabeça para baixo (a bíblia sagrada).
Clarice explica sobre Deus, papai Noel, menino Jesus e os enfeites nas ruas.
Mas onde estão seus pais e onde você mora?
Interroga Clarice, o menino!
Não tenho pais e moro nas ruas!
Responde o menino meio sem jeito.
Clarice chama Miguel para ver o ensaio, mais de perto, pois a apresentação será essa
Noite, toda a cidade estará lá na praça junto à capela.
Os meninos cantam noite feliz os olhos de Miguel se enchem de lágrimas ao ouvir o hino que o coral canta.
Clarice o convida para ir à apresentação do coral e a ceia em sua casa, ele a aceita.
Pois nunca teve uma ceia de natal em sua vida e nem sabe o significado do natal.
Miguel corre pelas ruas da pequena cidade, a noite demora a vir.
É o melhor dia da minha vida, pensa o menino, hoje à noite terei algo de comer.
Nunca vi a cidade tão bonita e enfeitada, as pessoas parecem mais humanas, mais amigas, mais cofiáveis. Mas o porquê de tamanha mudança?
O que tem de tão especial nesse dia?
Pensa o menino, sem ter uma resposta que o satisfaça
Chega à noite e Miguel esta no lugar onde Clarice marcara, ela leva sapatos e roupas novas e fala: É presente de natal, seus olhos se enchem de alegria e Miguel da um grande sorriso; embora não saiba o porquê de tanta alegria.
O céu é negro a lua é grande e bela sobre um tapete de estrelas!
O orador lê Isaias 9:2 e 6 e fala sobre o homenageado da noite é tudo tão perfeito!
Chega a tão esperada hora, a queima de fogos o negro céu se enche de luz, Miguel fica atônito todos se abrasão, a arvore de natal é algo sem descrição.
Cada um vai pra sua casa do maior ate o menor ansiando pela tão sonhada ceia de natal!
Clarice diz a Miguel: Estou feliz por você esta em minha casa hoje.
Faz muito tempo que não recebo visitas, pois quem quer visitar uma senhora? Fique a vontade a casa é sua.
O menino tem um jantar como nunca em toda a sua vida.
Clarice e Miguel conversam por horas em frente a lareira, o frio é intenso.
Clarice convida o menino para passar a noite em sua casa.
O menino pensa: sinto-me como uma pessoa de grande importância.
No dia seguinte o menino toma seu café da manhã e sai diz que tem que resolver um pequeno problema.
Coisa de criança pensa Clarice, ela o convida para passar em sua casa a noite e jantar!
Sua presença aqui foi muito agradável, diz Clarice.
O menino sai o dia passa, mas rápido do que o normal!
O menino deita um pouco se sente cansado, ouvi o som triste de uma harpa.
Olha ao longe e vê um ser de aparência magnífica suas asas se misturavam com o branco da neve e seus olhos lhe transmitiam uma paz que o menino nunca experimentara.
O ser chama Miguel, o menino caminha e pergunta:
Você é um anjo?
Sim responde o ser a Miguel.
Vim de buscar, o menino olha para traz e vê seu corpo no chão como se estivesse dormindo, o menino compreende o que se passa.
O ser diz: Você pode fazer um pequeno pedido antes de irmos!
O menino fecha os olhos e em sua inocência de criança começa sua súplica.
Senhor Deus ao chegar ai o senhor poderia me deixar brincar com o seu filho o menino Jesus, quero ser seu amiguinho!
Papai do céu só queria saber se ai todos os dias são natais?
Porque aqui no natal as pessoas são mais felizes e alegres e esquecem o mal e ate me tratam bem, o dia de natal foi o melhor dia da minha vida!
O anjo parte e leva consigo Miguel pra uma casa longe daqui.
Clarice procura por Miguel a noite intera, mas não o acha.
No dia seguinte o jornal da cidade anuncia:
Uma criança de aproximadamente dez anos e encontrada morta nas calçadas da cidade.
Clarice chora a dor da perda do menino e pensava o porquê de tudo isso.
Clarice pensara em adotar aquela criança já que era uma senhora solitária
Enquanto o mudo continuar em sua ignorância os homens serão deuses de si mesmo.